quinta-feira, setembro 13

Prazeres Proibidos – Vol. 673



Parte 4 – Fumar a obrar

No seguimento dos grandes ensinamentos publicados neste blog (ainda hoje recebemos criticas muito positivas sobre o artigo “Como urinar nas paredes das repartições de finanças sem ser apanhado”) publicamos hoje, mais um volume dos aclamados “Prazeres Proibidos”, esta semana dedicada a arte consagrada de fumar a obrar. Não estamos a falar de puxar de um cigarrinho enquanto se aperta um cano da banca da cozinha, mas sim daquele prazer de dar umas passas enquanto estamos na casa de banho, bem a defecar, a arrear o calhau, a, perdoem-me o meu Francês, a cagar (derivado do francês “Caguez”).

Passo 1 – Ter a vontade
Obviamente, que sem vontade de obrar, não há o prazer de fumar enquanto que. Pode parecer um pormenor sem grande interesse, mas tal como as fundações duma casa, a vontade é a base, e quanto mais forte for a base, mais sólido e duradouro será o prazer de fumar. Ou seja há que escolher bem a vontade, tem de ser uma vontade forte, daquelas que temos a certeza que vamos partir a sanita, que lágrimas nos rolaram nos olhos, que o produto dos nossos intestinos seja forte, pujante, sólido e compacto. Não se pode tirar todo o prazer do cigarro, se a vontade for fraquinha, um misto de gases com um leve selo de respo, uma vontade resultante de uma salada de atum, de um copinho de leite com bolachas, tem que ser uma vontade em que a sua génese seja um cozido à portuguesa, uma feijoada a moda de Trás-os-Montes, uma tripalhada a moda do Porto, uma Francesinha regada com cerveja. Uma vontade à HOMEM.

Passo 2 – O local
O local, ao contrário das novas correntes vanguardistas que preferem W.C.s amplos e arejados, tem que ser o mais aconchegante e recatado possível. Ou seja em casas de banho amplas, não se consegue tirar todas as vantagens de fumar a obrar, o verdadeiro obrante-fumista sabe que só num wc pequeno e sem grandes saídas de ar se consegue verdadeiramente apreciar a arte de obrar-fumar. Pois logo que os cheiros resultantes da “obra” começam a atacar as nossas narinas, a primeira passa no cigarro aparece logo como a salvação, pois é, o fumo do cigarro consegue transformar o fedor da obra, num aroma forte mas tolerável, um misto de nozes com flores silvestres, o que torna toda a experiência no obrante-fumista, num momento memorável.

Passo 3 – O final
Todos os obrantes-fumistas sabem que esta experiência é de facto inesquecível, pois junta dois dos prazeres mais relaxantes, num mega-prazer de relaxação e bem estar. Pois mesmo depois da obra estar feita, ainda temos mais umas 4 ou 5 passas no cigarro, que ajudam a relaxar os músculos que estiveram ocupados, proporcionando um final de obra verdadeiramente agradável.

Considerações finais – Existem ainda, outras correntes de obrantes-fumistas que tentam aliar a arte a outras, como os obrantes-fumistas-leitores e os obrantes-fumistas-tocadores de instrumentos musicais. Não sou contra, mas um obrante-fumista verdadeiro, sabe que não deve tentar alterar esse prazer com outras actividades que podem desviar a atenção de apreciar o verdadeiro momento.

1 comentário:

David Rocha disse...

Li com atenção este brilhante guia sob a arte de bem obrar. Permita-me apenas discordar do parágrafo final. Parece-me redutor aquele que apenas é obreiro-fumegante. A literatura de casa-de-banho é hoje essencial em qualquer casa-de-banho de um homem que se preze. Sejam catálogos publicitários, gentilmente deixados na nossa caixa de correio para o efeito, sejam revistas de especialidade (Maria, TvGuia, Readers Digest, etc...) são elemento fulcral do acto obrístico. Permita-me ainda salientar que já se verifica (sobretudo nas grandes metrópoles) uma tendência de evolução para o computador portátil, que além de permitir a leitura, permite também obrar ao som do Quim Barreiros, do Pequeno Saúl ou mesmo da Ágata. Tudo isto aliado ao prazer de fumar faz com que sejam os melhores momentos diários de um Homem!