segunda-feira, junho 11

Carta de Amor

Querida Lucinda,

Escrevo-te com o coração nas mãos, mais precisamente debaixo das unhas, tenho de deixar de ser lavajão a comer, mas sabes bem que não resisto aos bifinhos de coração de porco de cebolada que a minha mãezinha prepara como ninguém.
A razão desta minha missiva é confessar mais uma vez a paixão que tenho por ti, bem sei que ainda duvidas do meu amor, mas deixa-me já dizer-te que as outras não tiveram nenhum significado para mim, muito menos a tua irmã Vanessa. Como expliquei aos agentes da PSP, eu não sabia que ela tinha 17 anos, e ainda hoje estou para perceber como é que o pequeno Piloto, aquele adorável caniche da tua tia Alzira, entrou no quarto enquanto eu explicava à Vanessa como medir a temperatura corporal sem usar um termómetro.
Por isso, peço-te encarecidamente que voltes atrás na tua resposta. Aliás sei bem que no fundo ainda sentes alguma coisa por mim, ninguém diz “Quero que te atires da ponte da Arrábida atado á um pedregulho de 200 kilos para não teres nenhuma hipótese de sobreviver.” sem que sinta algo de verdadeiramente especial por esse alguém.
Foste a rapariga que mais me marcou, e sei que também te deixei algumas marcas. Aproveito para te dizer que é melhor consultares um médico, pois parece que tenho Guna Reia, ou uma cena assim parecida.

Do teu Manel

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